sexta-feira, 31 de março de 2017

Parabéns mulheres!

Foto cedida do arquivo pessoal

     Dentro da gíria jornalística, ela é freela, isto é, trabalha como freelancer em assessoria de imprensa (AI), escrevendo notas, reportagens e notícias para sindicatos classistas. Tudo que a repórter Michele França Coutinho Brito produz para essas instituições é desvinculado de registro trabalhista formal. Ela é convocada quando surge a necessidade de cada associação, seja para divulgar vitórias salariais, denunciar erros do patronato e outros acontecimentos que fazem parte da rotina sindical. Na última parte da série que felicita todas as mulheres, conversamos com essa paulista, casada, sem filhos, expertise em comunicação corporativa que resolveu opinar sobre casamento. Texto: Capinan Junior, SRTE 3612 (BA).  

     CJ: - Como você encara uma cantada? Falta de educação, elogio ou cultura do estupro? 

     MFCB: - Depende. Em uma balada, o pessoal se curtindo, se olhando, a paquera rola e para saber se o outro está retribuindo vem a cantada. Agora, quando a cantada é insistente ou totalmente fora do contexto, como no local de trabalho, infelizmente é o velho e bom machismo de achar que a mulher é um mero produto e que está sempre à disposição e a altura da mão, pega quando quer. Isso, infelizmente, perpassa pela cultura do estupro. É necessário ter bom senso e limite. Também é uma questão de educação.

     CJ: - O ritual do casamento envolve a organização de bastante coisas, como padrinhos, convidados, bolo, vestido e outros detalhes. Todo esse processo está fora de moda ou as pessoas transformaram seus valores?

     MFCB: - Para mim existem dois pontos. O primeiro é que sim, a maioria das pessoas deixou de dar importância a certos valores. O namoro serve para o casal se conhecer, dividir momentos, sonhos, aproximar gostos, fortalecer laços e perceber se querem passar a vida juntos. O próximo passo seria o noivado. Tempo de discutir responsabilidades, até porque o casamento é cercado delas, planejar a vida a dois e a oficialização do casamento. Algo que muitos acham ultrapassado, mas eu não. Como disse a Michele Pfeiffer no filme Íntimo e Pessoal "quero ter a garantia legal de que você vai acordar comigo todos os dias". Você pode dizer - mas um papel não é garantia disso - não. Mas acredite, ele muda a relação. Desperta uma sensação de maior responsabilidade. Essa oficialização ao lado de familiares e amigos próximos, realmente, traz uma sensação maravilhosa. É um momento mágico e marcante.

     CJ: - Em nossas cidades litorâneas é comum as pessoas usarem roupas de tecidos leves e que deixam os corpos expostos. Também temos uma produção de estilos musicais, a exemplo de funk e pagode, onde as letras abordam o sexo de maneira explícita. Você acha que esses traços culturais influenciam na educação de crianças e adolescentes?

     MFCB: - No caso das roupas em cidades litorâneas deveria ser algo natural em razão do clima, mas, somado aos outros fatores, sim, influenciam. Sabemos que o indivíduo é fruto do meio e, salvo as exceções, reproduzem o que veem e o que ouvem, portanto, serão influenciados por esses fatores. Um amigo meu de São Paulo me contou que esteve no Ceará recentemente, e um dia, próximo a casa de um parente em que ele estava hospedado, foi abordado por uma vizinha de uns nove, dez anos, se oferecendo para transar com ele. Ele disse que ela não tinha idade e que era apenas uma menina. Sabe o que ela respondeu? Que já fazia desde os 8 anos. Nessa hora elas descobrem que podem cobrar por isso, então cria-se a cultura da prostituição. É muito sério. Os comportamentos deteriorados geram outros e com isto entramos em um ciclo de desvios de caráter, educação, afeto e por aí vai.

domingo, 26 de março de 2017

Parabéns mulheres!

Imagem extraída de arquivo pessoal

     Para esta soteropolitana residente em Petrolina (PE) o tempo é gerido estrategicamente. Negra, jornalista, mestre em educação, cultura e território semiáridos, esposa e mãe, Manuela Pereira de Almeida conhece o cotidiano do repórter que trabalha cronometrado, com o objetivo de entregar seu texto, áudio ou vídeo antes do deadline (prazo final).  O deadline de Manuela é meio dia, horário em que o casal de gêmeos (4 anos) precisa estar pronto para entrar no transporte que os levará para a escolinha. Além de brincar com os filhos pela manhã, Manuela consegue tempo para ensinar cuidados com o jardim, orientar nas tarefas escolares, ajeitar roupas, talheres e pratos. Confira a entrevista que dá continuidade à série. Texto: Capinan Junior, SRTE 3612 (BA).  

     CJ: - A redação do Exame Nacional do Ensino Médio (ENEM) de 2015 trouxe o tema mulher. Após a prova, foram postados comentários misóginos nas redes sociais. Esse ódio é verdadeiro? As pessoas acreditam na impunidade ou é apenas um desejo de semear a discórdia? 

     MPA: - Com relação a esse fato específico e outras coisas que eu leio na internet, e a gente acaba lendo os comentários principalmente de sites noticiosos do que em alguns blogs mais independentes. A gente percebe os comentários fortes, com ofensas, coisas muito ofensivas, absurdas, que às vezes eu penso, nossa, como alguém tem coragem de expressar sua opinião desse jeito? Eu acho que tem a ver com o anonimato, também de você poder usar um nome que não é o seu, uma página que não é sua, um fake, daí poder falar tudo, todos os absurdos. Mas o anonimato é só uma das coisas, porque na verdade, quem fez isso, faz muito consciente. O anonimato é só uma coisa que essa pessoa pensa que tem a seu favor. Na cabeça doente dela, ela vai poder expressar todos aqueles absurdos, opiniões loucas, umas coisas bem absurdas mesmo de quem não está acompanhando a vida em sociedade, de você estar com o outro e ter empatia. Quem coloca isso pensa dessa forma e se vale do anonimato para jogar fora tudo, como se tivesse preso aquele ódio, a aversão do que é diferente, botam para fora. É opinião da pessoa sim, eles pensam dessa forma e na internet potencializam essa maneira de colocar essa opinião sem educação, grosseira, com muito ódio mesmo.       

     CJ: - Em janeiro deste ano uma moça procurou uma barbearia, em Americana (SP), para cortar o cabelo. O atendente disse que não poderia cortar porque o estabelecimento era especializado no público masculino. A reação da moça foi negativa, com postagens nas redes sociais afirmando que foi discriminada. A proprietária do negócio se pronunciou, afirmando que não teve a intenção de ofender ninguém. Como você avalia esse caso?

     MPA: - Aqui em Petrolina (PE) tem barbearia que se a mulher quiser cortar o cabelo corta, o barbeiro corta o cabelo feminino também. A internet, os espaços de redes sociais estão servindo como uma grande arena, onde tem se travado tantas lutas, disputas, cada qual com a sua opinião, cheias de argumentos, as pessoas argumentam muito, mas argumentam ali na rede social, protestando, falando muito. A rede social é como se fosse um megafone ou então um lugar onde se despejam angústias, mal-estares, só que na prática, quando sai da rede, quando sai daquele momento de oratória de falar demais, o convívio entre as pessoas tem piorado muito. Tem se usado as redes sociais como essa grande válvula de escape de colocar as suas opiniões e ponto, coloco a minha opinião, esta é a minha opinião, ouça e leiam. Às vezes muita gente está disposta a falar, a escrever lá e a falar bastante, mas não está disposta a ouvir. 

     CJ: - Nos anos 60 e 70 surge uma vertente feminista denominada feminismo radical. Uma das ideias é destacar a essência feminina. Dessa forma, por exemplo, uma mulher transexual (homem com desejo de se tornar mulher, através de cirurgia ou tratamento hormonal) jamais poderia levantar a bandeira feminista, pois não nasceu mulher, portanto, não teria condições de assimilar a luta. Qual a sua opinião sobre o assunto?

     MPA: - Sendo um movimento com base na cultura colonial, que o feminismo é, com demandas de mulheres brancas e com muita influência dessa lógica da sociedade europeia e dos Estados Unidos da América (EUA), nada mais natural que o feminismo excluísse, ou alguns segmentos do feminismo, excluam as mulheres trans. No movimento sufragista, as mulheres brancas e negras reivindicavam o espaço político nos EUA e em algum momento as companheiras optaram por não incluir a mulher negra nessa luta, embora a mulher negra tivesse junto com elas. Elas resolvem também excluir a mulher trans, isso acontece por conta da própria natureza, que é esse tipo de feminismo, com essas bases coloniais da supremacia branca, com as demandas do povo branco, que não é a demanda do negro, da mulher indígena, negra, trans. Essa separação a gente percebe até hoje, inclusive na Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP). Lembro que tem uns quatro, cinco anos, esse racha que teve lá nos grupos de discussão entre elas, as pichações nos banheiros dizendo que aqui só entra mulher de vagina original. Tem de se pensar dentro do feminismo outras saídas porque as mulheres e as demandas não são iguais. As mulheres negras, indígenas e trans passam por outras questões. Não tem problema nenhum em romper com esse feminismo criado para uma demanda muito específica de uma população feminina muito específica. Rompe com isso e cria outras ideias, ideais com uma pauta bem específica e isso não quer dizer que está enfraquecendo não, tá fortalecendo dentro daquilo que te agrada, aquilo que é necessário para você. A realidade da mulher trans é outra, que a mulher trans faça seu feminismo. 

sábado, 18 de março de 2017

Parabéns mulheres!


     Na segunda parte da série, o tema da entrevista é tecnologia. Conversamos com uma mãe de dois filhos, brasileira que adquiriu cidadania italiana. Ela é baiana de Itiruçu, cidade fundada em setembro de 1935 e distante a 330 quilômetros de Salvador. O município tem como principal atividade a agricultura e se destaca na produção de caqui, maracujá e café. No período de realização da festa de São Pedro - 29 de junho – Itiruçu também ganha relevância, pois recebe visitantes nacionais e internacionais. No mesmo período, os itiruçuenses apreciam a festa de São Gabriel, o padroeiro da colônia italiana. Com vocês, a contadora Ângela Palma Malandra (62) uma das mulheres que compõem a Paróquia Anglicana do Bom Pastor. A comunidade é, segundo Ângela define, um espaço que “coloca em prática os ensinamentos do Mestre Jesus, onde o amor está acima de tudo, sem fazer distinção de raça, credo, posição social”. Foto e texto: Capinan Junior, SRTE 3612 BA.

    CJ: - A tecnologia facilitou ou deteriorou a educação familiar das crianças e adolescentes?

     APM: - Quando se fala hoje em criança com tecnologia, muitas pessoas dizem “não é possível aquela criança ainda nem nasceu direito e já está com um tablet, no computador” e eu digo tem que estar, porque o mundo hoje é globalizado, o mundo de tecnologia da informação (TI), avançadíssimo, hoje você não faz nada se você não estiver com a tecnologia, mas eu digo nada mesmo. Então é necessário que as crianças já comecem muitíssimo cedo com os tablets, com smartphone, o que quer que seja. Agora é preciso que os pais coloquem um limite, você vai usar só tal hora e de tanto a tantas horas, para que a criança não fique o dia inteiro numa televisão, no computador, no tablet. Para o mundo atual é importantíssimo um tablet ou o que quer que seja, é necessário, e com isso as crianças vão se desenvolver muito mais rápido. As pessoas comentam “minha filha, minha sobrinha, meu neto é de uma esperteza”, mas não é só aquela sobrinha, aquele neto, hoje qualquer criança já nasce com esse mundo atual, com essa globalização, já nasce com a necessidade de utilizar as tecnologias avançadas. Como tudo na vida tem os prós e os contras, as crianças da geração passada estavam na rua brincando de roda, picula, bola, gude, estavam sempre em movimento e isso era muito importante porque as crianças estavam se exercitando. Ao contrário de hoje, vem a consequência da utilização da tecnologia avançada, a criança no sai mais para brincar de bola, com os amigos, e isso vem o problema da obesidade, infelizmente tem essas consequências. Volto pra responsabilidade dos pais e educadores de controlar, nos intervalos de um momento de tecnologia e outro, para a criança fazer exercícios físicos, essas brincadeiras. Então depende de como será ser utilizado, não vai atrapalhar na educação da criança, e sim, só tem a contribuir porque o mundo taí e é necessário desde cedo começar a utilizar essa tecnologia.       

     CJ: - Você conseguiria morar na zona rural sem tecnologia?

     APM: - Eu nasci na zona rural de mata virgem, eu tive a felicidade de ter um pai altamente tecnológico, então com cinco anos de idade eu já tinha rádio em casa, ouvia as músicas de Ângela Maria. A minha adolescência foi toda numa cidade do interior, vim pra capital aos 20 anos porque passei no vestibular e fui fazer faculdade. Mas te digo que me considero uma soteropolitana, eu nem me recordo que nasci na zona rural, por esse motivo eu não conseguiria viver numa zona rural sem celular, sem tv paga, a única coisa que não me faria falta é o microondas porque eu não utilizo, mas eu sou urbana e tecnológica porque já desde a infância era assim, meu pai sempre inventava moda, sempre estava à frente do seu tempo. Hoje eu não viveria numa zona rural porque sou urbana.

     CJ: - Em 2014, um norte-americano anunciou que iria lutar na justiça para se casar com o próprio computador. O especialista em inteligência artificial (AI) David Levy acredita na possibilidade da realização do casamento entre robôs e humanos. Qual sua opinião sobre isso?


     APM: - Olha, acredito que isso seja possível, mas aí vem uma coisa que ultrapassa os meus princípios porque eu acredito num Deus que é criador de todas as coisas, do céu, da terra, do infinito e Ele criou o homem a Sua imagem e semelhança e deu ao homem a liberdade de criar. Eu sou a favor da tecnologia, no avanço da ciência, que é uma maravilha. A utilização das células tronco é espetacular pra longevidade da nossa vida, tudo isso concordo. Eu não concordo nesse sentido (com o casamento) pelos meus princípios, apesar de na minha consciência Deus ter criado todas as coisas do céu e da terra, do universo, deu a inteligência para o homem criar as coisas. Outro dia eu vi uma reportagem que no Japão você chega num determinado hotel e encontra na recepção um robô, você não fala mais com as pessoas, o robô vai lhe atender, vai falar diversas línguas, tudo através das máquinas e isso é fato, já está nos Estados Unidos e quiçá Brasil. Retornando às células tronco eu sou a favor, na cura de várias doenças, mas quando se fala na célula tronco para o clone, pra mim está para essa mesma mentalidade de utilizar a máquina para comparar com o ser humano e aí eu já eu não concordo, acho que o homem extrapolou seus limites. Tudo na vida tem limite, Deus criou o homem a Sua imagem e semelhança e não a máquina a Sua semelhança.

quarta-feira, 15 de março de 2017

Fotografia

Escola em campo de refugiados no Afeganistão, 1996. Por Sebastião Salgado
Extraída de:
https://osimpublicaveis.wordpress.com/2009/12/04/fotografia-sebastiao-salgado/

sexta-feira, 10 de março de 2017

Parabéns mulheres!



     A diarista Dulcineia dos Santos de Souza, 40 anos, mora com dois filhos. Às seis da manhã ela e a caçula saem apressadas para não perderem o ônibus. A menina vai para a escola enquanto Dulcineia irá encarar mais um dia de rotina nas faxinas em domicílio. Essa família é mais uma entre as milhares que residem em um dos conjuntos habitacionais do Programa Minha Casa Minha Vida - em Salvador (BA) - construído para pessoas que moravam em imóveis com risco de desabamento ou alagamento, aluguel, desempregados, autônomos, assalariados e até mesmo para ex-moradores de rua. Apesar das benfeitorias existentes no conjunto, basta observar as áreas de circulação e perceber que ainda não há um acordo entre síndicos, síndico geral, Prefeitura Municipal e Governo Federal para a organização dos espaços comerciais. 
     Na abertura da série que homenageia as mulheres durante todo o mês de março, aprecie a conversa com essa trabalhadora, negra, participante ativa do Terreiro Olobirin Ruinati Jade Odo (mulher que ressuscita os mortos das profundezas) localizado no bairro Valéria. Texto e foto: Capinan Junior, SRTE 3612 BA. 

     CJ: - Qual o seu sonho? O que você gostaria de realizar na sua vida que ainda não fez?
     DSS: - Eu queria ter uma agência de domésticas porque tem muita mulher querendo trabalhar e não consegue trabalho.

     CJ: - Você acredita na possibilidade de um relacionamento de pessoas que se conhecem pela internet?
     DSS: - Eu não queria não, você conhecer pessoalmente já dá trabalho, imagine uma pessoa pela internet. Pela internet o povo fala que é Deus, que é isso que é aquilo, quando você vai ver, conviver com a pessoa, você conhece, apesar que conviver a dois é difícil, de ambos os lados, cada um tem seu temperamento, seu jeito, você quer uma coisa o outro quer outra, sempre alguém tem que ceder e se os dois forem teimosos, ninguém cede, é só briga. Pessoalmente quando você conhece, você observa a pessoa. Imagine você conhecer pela internet, feito uma mulher que passou na televisão que viajou do Brasil e foi para o Japão, foi conhecer o homem, chegou lá se decepcionou com o homem, ele nem foi no aeroporto buscar ela. Eu acredito no amor pela primeira vez se você olhar a pessoa, todo dia um ficar olhando pro outro, dentro do ônibus, na rua, mas internet não acredito não.

     CJ: - Quando você ouve músicas de pagode ou funk que desqualificam a mulher, você se sente ofendida? 
     DSS: - Eles estão falando que hoje em dia a mulher só serve para sexo para o homem, os homens hoje em dia só querem a mulher para sexo, não gostam da mulher. Ele não vê qualidade, nem beleza e nem defeito. Antigamente o homem observava a qualidade da mulher e os defeitos que a mulher tinha, hoje em dia eles olham o corpo, se a mulher é gostosa, se ele acha a mulher gostosa ele quer, ele não quer saber de qualidades, se a mulher é prendada. Imagina, meu #$% te ama. Quem ama, como Vando fala na música, que o homem tem dois corações, o de cima e o de baixo, o de cima gosta de uma pessoa só, mas o pênis e a vagina quando bate a atração física, você pega qualquer um, você tem um relacionamento, uma aventura que atrapalha sua vida. A pessoa se tiver cabeça não vai cair na aventura porque ela sabe que ali é uma aventura, então só é sexo, não é amor, não é companheirismo, não é nada, então esses caras que cantam essas músicas eles só querem uma aventura, é tudo vazio por dentro e nada sério, porque não é ele que ama a mulher, ele gosta do sexo que a mulher faz, se a outra fizer melhor, ele quer a outra, não quer mais ela.  

quarta-feira, 1 de março de 2017

QUARTA-FEIRA DE CINZAS - 01 de Março de 2017


Um convite para uma vivência nova.

A Igreja inicia com a Quarta-feira de Cinzas a sua caminhada quaresmal até à Vigília da Páscoa, sob o tema da penitência. 
O uso de cinzas, que dá o nome a este dia, simboliza dramaticamente a consciência da nossa corruptibilidade e do nosso arrependimento.

Desde os dias primitivos da Igreja, os cristãos observam com grande devoção o tempo da paixão e da ressurreição de nosso Senhor. 
Tomou-se um piedoso costume prepararmo-nos para essas celebrações, criando um período de penitência e de jejum. 
A princípio, o tempo da Quaresma era observado por aqueles que se preparavam para o batismo na Páscoa, e por aqueles que iam ser restaurados à plenitude da comunhão da Igreja, da qual se tinham separado pelo pecado. 
No decorrer dos anos, a Igreja sentiu que, guardando cuidadosamente estes dias, todos os cristãos viriam a dar maior atenção à palavra do Evangelho, que os convida ao arrependimento e lhes dá a certeza do perdão, deste modo crescendo na fé e na devoção a nosso Senhor.

Meu Irmão e Minha Irmã, aqui fica um sincero convite, em nome da Igreja, a observar santa Quaresma, com exame de consciência e arrependimento, com oração, jejum e renúncia, e com leitura e meditação da santa Palavra de Deus.